Como definí-los? Como entendê-los? Como educá-los? Como
acertar no que é mais passível de erros? Poxa, não vem com manual?!
Tenho poucas lembranças da minha infância, meus pais sempre foram rígidos e
exigentes, a mãe ao mesmo tempo em que dava um puxão de orelha não media
esforços para dar seu amor e carinho. Não conseguimos avaliar o significado deste amor maluco até que
tenhamos os nossos filhos. E com eles a história se repete por gerações e mais
gerações.
A descoberta da gravidez, sempre sonhei ser mãe não
enxergava minha existência sem eles, era um desejo incompreensível até ouvir o
primeiro choro, sentir o cheiro, olhar os dedinhos das mãos e dos pés, os
traços, com quem se parecem? As primeiras palavras, os dentinhos, as vacinas,
os tombos, o primeiro dia na escola (me acabei de chorar), as brincadeiras com
o Papu, as descobertas cada uma no seu tempo, o primeiro(a) namorado(a), as
músicas preferidas, seus ídolos, seus sonhos!
Ah, a gente sonha tanta coisa para eles! Esquecemos que
estes sonhos não nos pertencem, criamos para o mundo e para suas próprias
escolhas... E isso dói!
O cordão umbilical não é cortado no parto, ele vai aos
poucos se desfazendo até que um dia está completamente separado de nós, mães!
Deveria ter sido mais severa do que mãe amiga... A mãe severa é respeitada,
lembro que por mais insatisfeita que eu estivesse com as ordens da minha mãe,
eu aceitava sem me atrever a desrespeitar. Esta geração é tão diferente, onde
foi que erramos, sendo que só queríamos acertar?
E mesmo com os tombos e porradas que levamos continuamos a amá-los
incondicionalmente, que amor engraçado, estúpido, exagerado e porque não dizer
Hercúleo! Estes dias minha sobrinha que tornou-se mãe a menos de dois anos
definiu muito bem: Um amor muito maior que qualquer outro, nós os amamos muito
mais do que eles a nós!
Eu amo vocês além do inimaginável, me transformo em leoa voraz, onça feroz se
algo de mal acontecer com vocês... Mas também sou gatinha manhosa que precisa
de amor e carinho!